Introdução: O momento para as bolsas globais não é dos melhores. Permanece o clima de cautela para ativos de riscos, à espera do discurso de Trump (15h). Notícias desencontradas têm feito preço. Há pouco, especula-se que os EUA deixarão o acordo com o Irã. Aqui, não é diferente. DIs e dólar operam em alta. O Ibovespa, no entanto, sobe. Lá fora, em meio à cautela pré-Trump, as bolsas europeias fecharam sem direções claras, e as de NY operam no vermelho. O dólar mais forte mantém o viés de baixa sobre as commodities.

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CENÁRIO EXTERNO: À ESPERA DE TRUMP.

O “básico” dos mercados… As bolsas da Europa terminaram em tom misto. O índice Dax, da Alemanha, recuou 0,41%, enquanto o índice Stoxx 600, permaneceu próximo à estabilidade. O dólar segue em alta frente a seus principais pares, e os juros das Treasuries também avançam (10 anos ~2,97%). O petróleo intensifica a queda (Brent oscilando na casa de US$74/barril), e as commodities mostram viés mais negativo. Nos EUA, as bolsas operam no vermelho, e aguardam o discurso de Trump.

Sobre o petróleo (I)… O petróleo segue volátil, reagindo a notícias desencontradas, mas que fazem preço. Na mínima do dia, chegou a cair 4%. Rumores de que Trump manterá o acordo nuclear com o Irã pressionaram a commodity para baixo. Afinal, mantido o acordo, as sanções mais brandas impostas ao país – em troca de restrições ao seu programa nuclear – não acabariam limitando ainda mais a oferta do petróleo (consequentemente, o seu preço não seguirá com o viés altista). Se deixar o acordo, sanções mais duras poderiam ser impostas, e a questão “nuclear” fica em aberto. Mais novidades a partir das 15h.

Sobre o petróleo (II)… Permanecemos cautelosos com relação às perspectivas do petróleo. Falamos disto no Mercados Hoje. O mercado, segundo a Bloomberg , espera um barril próximo de US$65/barril para este ano. No entanto, autoridades sauditas têm defendido um preço do petróleo próximo dos US$ 80/barril. O motivo, segundo matéria do Valor Econômico, seria que preços mais altos dariam maior margem aos sauditas para aprovar uma ampla reforma econômica no país.

Sobre o petróleo (III)… A EIA, agência de informação americana, divulgou, em relatório, que espera que a produção dos EUA seja de 10,72 milhões de barris por dia neste ano, em relação aos 10,69 milhões projetados no mês anterior. O ritmo de produção, em meio à elevação dos preços internacionais, tem aumentado. Também aumentou a projeção de preços, no atual contexto. Segundo a agência, o barril do Brent deve ficar em US$70,68 em 2018, frente aos US$63,36 projetados há pouco. Para 2019, espera US$65,98/barril, ligeiramente acima dos US$62,68 esperados há pouco.

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BRASIL: BARBOSA DESISTE.

Mercados… O Ibovespa se mantém volátil, em linha com questões externas (Trump, petróleo, Irã, …) e internas (política). Ainda assim, prevalece um viés mais positivo, no momento em que escrevemos este relatório (~14h). O dólar opera em alta, em linha com o cenário externo; e os DIs têm viés altista, seguindo a direção do mercado cambial. A percepção de risco país, medida pelo CDS de 5 anos, registra alta expressiva (+5%), ao redor de 200 pontos base. Em suma: em linha com o esperado pela manhã, o clima é mais desafiador por aqui.

Sobre o Ibovespa… Magazine Luiza é destaque de alta, e avança ao redor de 10%. Afinal, os números do 1º tri foram susrpreendentes (veja mais no Guide Empresas). Na outra ponta, Petrobras reverte a alta, e passa a operar no vermelho, em linha com a piora das cotações do petróleo no mercado internacional. Bradespar também recua, pressionada após decisão judicial – favorável a Daniel Dantas – a pagar até R$ 4 bilhões em indenizações.

Novidades na corrida eleitoral… Joaquim Barbosa (PSB) não concorrerá à Presidência. Em seu Twitter, o ex-ministro disse “Está decidido. […] Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal”. A decisão surpreendeu membros do próprio partido. Júlio Delgado, líder do partido na Câmara, reclamou “Não tínhamos Plano B. Agora vamos ter que rediscutir nosso destino”.

Mas, e agora? Em uma leitura preliminar, a desistência parece ser positiva para Alckmin (PSDB), e ainda mais positiva para Bolsonaro (PSL). Agora, este último se torna o único nome percebido como “anti-establishment” na corrida. É aquele que consegue absorver àqueles mais decepcionados com a política. Por sinal, este talvez seja um dos atributos mais importantes destas eleições, em nossa visão. Ou seja: Bolsonaro segue sendo forte candidato para um 2º turno, e o seu desafio – por ora – é se articular mais ao “centro”. A esquerda, por outro lado, pode aproveitar esta desistência de Barbosa para se aglutinar. O PSB, sem candidato próprio, tende a apoiar alguém do “centro-esquerda”, já afirmou o presidente da sigla.

Cadastro Positivo…  O projeto já está na pauta do plenário, mas deverá ser votado somente amanhã (4ª, dia 9). Isto porque Temer tem negociado, pessoalmente, o apoio de Celso Russomanno, líder do PRB, ao projeto. Tanto o PR como PRB são os principais partidos entrave à aprovação. A conferir. O restante das medidas econômicas que foram ventiladas após a decepção com a reforma da Previdência? Paradas. Esta – o do Cadastro Positivo – é a única que parece com reais chances de ser aprovada.

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Sobre as oscilações do pregão:

Ibovespa: : +0,10%, aos 82.799 pontos;
Real/Dólar: +0,76%, cotado a R$3,577;
Dólar Index: +0,28%, 93,005;
DI Jan/21: +18 pontos base; 8,340%;
S&P 500: -0,36%, aos 2.663 pontos.

*Por volta das 14h08, horário de Brasília. Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.

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