Guide empresas: Enauta propõe combinação de negócios com 3R

Enauta (ENAT3) propõe combinação de negócios com 3R (RRRP3)

Cruzeiro do Sul: resultado fraco no 4T23

Nesta terça-feira (02/04), os destaques se voltam para:

Enauta (ENAT3) propõe combinação de negócios com 3R (RRRP3)

Ontem a Enauta enviou carta para o conselho da 3R propondo combinação dos seus negócios. A 3R, então decidiu suspender as negociações com a Petroreconcavo por 30 dias.

Atualmente a Enauta possui um campo em operação em Manati (litoral da Bahia) e outro em Atlanta (litoral sul do Rio de Janeiro). Além disso ela possui vários blocos exploratórios pelo Brasil. Sua produção no 4T23 foi de 15,3 mil barris de petróleo por dia (boed) e sua atual dívida líquida ajustada mede menos US$ 200 milhões (caixa líquido).  A 3R possui um cluster na região de Potiguar (Rio Grande do Norte), um cluster na região do Reconcavo (Bahia). Além disso, ela tem dois ativos offshore um em Papa Terra (bacia do Espírito Santo) e outro em Peroá (bacia de Campos). Sua produção no 4T23 foi de 45,9 mil boed sua atual dívida líquida mede US$ 1,4 bilhões.

Impacto: positivo para ambas. Devido à proximidade de alguns dos seus campos e similaridade dos seus negócios, existem sinergias a serem aproveitadas em uma eventual junção entre as companhias. Além disso, Enauta possui uma posição de caixa líquido o que reduziria a alavancagem da companhia combinada. Atualmente o maior risco da 3R é seu alta endividamento que pode acarretar mais follow-ons a frente. Essa proposta veio em meio as negociações entre a possível combinação entre Petroreconcavo e 3R. Aparentemente, a Petroreconcavo estava mais bem posicionada para negociar visto sua posição mais desalavancado. Contudo, após essa nova investida pode ser que o poder de barganha da 3R aumente.  Dificilmente conseguiremos prever o desfecho de alguma das propostas. Contudo, é fato que existem ganhos na consolidação entre petroleiras. Acreditamos que atualmente as junior oils (Prio. 3R e Petroreconcavo) não incorporam nas suas ações ganhos de sinergias em possíveis combinações.

Cruzeiro do Sul: resultado fraco no 4T23

Assim como as demais empresas do setor, a Cruzeiro do Sul divulgou resultado fraco no 4T23, negativamente afetado pelo baixo crescimento das mensalidades. Aparentemente, o crescimento do setor está sendo feito às custas de mensalidades menores, principalmente para calouros. Esperamos uma reação neutra: a Cruzeiro do Sul foi a última empresa a divulgar resultados e as tendências negativas já eram esperadas em função dos resultados divulgados anteriormente.

A receita de R$ 599 milhões (+15% A/A) foi positivamente afetada pelo aumento da base de alunos como já destacado. O ticket médio ficou estável mas para os calouros houve uma queda de 2% A/A na mensalidade média de entrada. A receita também foi favorecida pelo crescimento da base digital (+22% A/A), positivamente afetada pela expansão no número de polos (+246 polos, +17% A/A). O lucro bruto atingiu R$ 280 milhões (+28% A/A), impulsionado pelo crescimento da receita e baixo crescimento das despesas, principalmente despesas com pessoal (+2% A/A). O Ebitda de R$ 153 milhões (+24% A/A) ficou abaixo do esperado mas ainda assim mostrou evolução forte no trimestre e a margem melhorou de 23,7% no 4T22 para 25,5% no 4T23. O crescimento do Ebitda reflete principalmente o aumento da margem bruta. As despesas apresentaram crescimento elevado no trimestre, principalmente despesas administrativas (+29% A/A), que evitou uma expansão maior do Ebitda. O lucro de R$ 11 milhões foi negativamente afetado por despesas financeiras elevadas, assim como depreciação e amortização.

Impacto: neutro. Apesar dos resultados terem ficado um pouco abaixo do esperado, os números ainda mostraram boa evolução na comparação anual. Além disso, o aspecto negativo do resultado (baixa evolução das mensalidades) já estava bem sinalizado pelo resultado de outras empresas do setor. Mantemos nossa visão positiva com Cruzeiro do Sul em função do valuation atrativo e resultados sólidos.