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Mercados por TradingView

Guide empresas: Juros nos EUA derruba Ibovespa

23 de abril de 2024
Tempo de leitura: 7 min
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Alta dos juros nos EUA derruba Ibovespa

BDRX segue tendo desempenho acima do S&P500

Nesta terça-feira (23/04), os destaques se voltam para:

Alta dos juros nos EUA derruba Ibovespa

Desde o início de 2024 o Ibovespa vem sofrendo com a alta da curva de juros nos EUA (postergação do primeiro corte de juros pelo FED). Em nossa visão, o mercado local atingiu níveis de “stress” ou “pânico” nos últimos dias e um repique é provável no curto prazo. Contudo, uma melhora mais consistente do mercado depende de dados de inflação mais baixos nos EUA. Enquanto isso não ocorre, os investidores seguem preferindo ações mais defensivas, como empresas menos voláteis e empresas com menor endividamento.

A revisão nas estimativas de corte de juros nos EUA está levando a uma correção no mercado de ações nos EUA (e no Brasil). Além disso, a expectativa de juros mais altos por mais tempo também está levando à uma “rotação” na bolsa americana, com ações de tecnologia liderando as perdas e ações de “valor” liderando os ganhos. Entre as empresas de valor, podemos citar produtores de commodities, como empresas de petróleo, e empresas do setor financeiro.

A alta dos juros nos EUA segue pressionando os ativos brasileiros. Como pode ser visto abaixo, as taxas de juros nos EUA aumentaram sensivelmente neste ano e já estão perto das máximas observadas no final de 2023. Além da alta nos juros dos EUA, o mercado local ainda foi pressionado pela situação fiscal ruim do país, que também tem pressionado as taxas de juros locais. Como pode ser visto abaixo, as taxas de juros no Brasil também estão em alta desde o início do ano (apesar da redução da taxa Selic no período).

Esta deterioração no cenário econômico vem pressionando os ativos brasileiros, como o Ibovespa e o Real. Como pode ser visto na figura abaixo, desde jan/24 o Ibovespa vem caindo enquanto o Real vem depreciando. No ano até agora o Ibovespa cai 6% e o Real depreciou 6%. No ano, tanto o mercado de ações quanto a moeda brasileira estão entre os piores desempenhos do mundo. Em nossa visão, isso reflete o “beta” elevado do mercado brasileiro em relação ao cenário internacional e também a deterioração das condições econômicas internas, em particular da situação fiscal.

Com a queda na semana passada, o mercado de ações começou a chegar em níveis de stress elevado. Como pode ser visto abaixo, nosso indicador de stress no mercado (ou indicador de euforia e pânico) está começando a chegar em níveis de pânico.

Entre os indicadores que acompanhamos, a situação piorou primeiro no mercado de renda fixa e no mercado de cambio. Na bolsa, a situação piorou de forma mais intensa depois, particularmente nos últimos cinco dias/pregões. Indicadores como ações na máxima vs ações na mínima, IFR do Ibovespa, desempenho das small caps, entre outros pioraram bastante nos últimos dias.

Acreditamos que com esta piora dos últimos dias, um repique no mercado é provável nos próximos dias. No mercado de juros e na moeda (Real) já tivemos um repique. Acreditamos que na bolsa, o repique deve vir em seguida. Contudo, uma melhora mais duradoura do mercado passa pela redução da inflação nos EUA e pela redução dos juros também nos EUA. Como destacamos no início do relatório, boa parte da piora do mercado veio com a alta dos juros nos EUA. Sem sinais de que um corte de juros nos EUA ainda em 2024 é provável, o mercado deve continuar na defensiva.

Como pode ser visto abaixo, o desempenho do mercado no Brasil ao longo de 2024 tem sido consistente com momentos de juros altos e maior aversão à risco: empresas de qualidade, “valor”, empresas grandes tem tido desempenho melhor no ano até agora. 

Olhando pra frente, acreditamos que o mercado deve continuar na “defensiva” enquanto as chances de corte de juros nos EUA não aumentam. Os dados de inflação têm feito os maiores impactos na bolsa de valores brasileira. Entre as empresas de qualidade e baixa volatilidade, destacamos Itaú Unibanco, BTG Pactual, Weg e Sabesp. Do outro lado, entre as empresas mais voláteis (e com maior upside caso os juros voltem a cair), destacamos Assaí, Lojas Renner, Cyrela e BRF, além das “small caps” em geral.

BDRX segue tendo desempenho acima do S&P500

O BDRX, índice de BDRs da B3, apresentou desvalorização de -1,1% até dia 19 de abril. O retorno negativo foi abaixo do que do S&P, como pode ser visto abaixo. O mercado externo está passando por uma correção nos últimos dias em função da revisão nas expectativas de cortes de juros nos EUA. Os resultados do 1T24 que continuam sendo divulgados será relevante para a dinâmica do mercado.

A revisão nas estimativas de corte de juros nos EUA está levando a uma correção no mercado de ações nos EUA (e no Brasil). Além disso, a expectativa de juros mais altos por mais tempo também está levando à uma “rotação” na bolsa americana, com ações de tecnologia liderando as perdas e ações de “valor” liderando os ganhos. Entre as empresas de valor, podemos citar produtores de commodities, como empresas de petróleo, e empresas do setor financeiro.

O Índice BDRX é o indicador do desempenho médio das cotações dos BDRs Não Patrocinados, autorizados à negociação na B3, sendo importante para monitorar o desempenho desses ativos no mercado brasileiro. Já o S&P 500 é um dos principais indicadores do mercado acionário dos Estados Unidos, composto pelas 500 maiores empresas do mercado americano. O IVVB11, por sua vez, é um ETF que replica o desempenho do índice S&P 500, incluindo a variação cambial.

Devido à composição diferenciada dos ativos no BDRX, o retorno acumulado mostrou-se superior aos outros índices. No S&P 500, as sete magníficas – um grupo composto por Google, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla – representam 28% do índice, enquanto no índice brasileiro, o peso desses ativos corresponde a 43%.

O retorno do BDRX frente a queda de 5,5% do S&P é explicado pela concentração do índice nas big techs – quem vêm performando bem nos últimos meses e pela alta de 3,6% do dólar no mesmo período. O impacto cambial, trouxe um resultado melhor para o índice BDRX no mês de abril.

As maiores altas do último mês foram lideradas pela Micron Technology, Gold Fields Ltd e Sibanye Gold. Micron Technology é uma empresa multinacional americana que fabrica semicondutores e produtos de memória, incluindo DRAM, NAND flash e SSDs. Eles são conhecidos por sua inovação em tecnologia de memória e são importantes fornecedores para várias indústrias, incluindo eletrônicos de consumo, computação, automotiva e empresarial.

Gold Fields Ltd é uma empresa de mineração de ouro com sede na África do Sul. Eles operam em várias minas de ouro em diferentes países, incluindo África do Sul, Gana, Peru e Austrália. O foco principal da Gold Fields é a exploração, extração e processamento de ouro.

Sibanye Gold é uma empresa de mineração sul-africana que também se concentra na extração de ouro, bem como em outros metais preciosos, como platina e paládio. Sibanye Gold tem operações na África do Sul e nos Estados Unidos, e eles se concentram em maximizar a produção e a eficiência em suas operações de mineração.

As mineradoras estão se beneficiando bastante com o preço do aumento do ouro, que no ano já supera os 40% de retorno. O aumento do ouro pode ser atribuído a tensões geopolíticas renovadas, como o conflito entre Israel e Hamas, têm levado os investidores a buscar refúgio em ativos considerados mais seguros, como o ouro. Além disso, o aumento significativo nas compras de ouro por bancos centrais de mercados emergentes, que estão acumulando reservas do metal como uma forma de proteção contra instabilidades financeiras e políticas.

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