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Além da renda fixa: 4 setores na B3 para acompanhar com a inflação em alta

12 de agosto de 2022
Escrito por Guide Investimentos
Tempo de leitura: 11 min
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A inflação em alta afeta o seu poder de compra e interfere no desempenho dos seus investimentos. Para proteger seu patrimônio nesse contexto, é comum recorrer à renda fixa. Porém, também é viável acompanhar os setores da bolsa brasileira (B3) que se beneficiam com a taxa inflacionária.

Além disso, conhecer esses segmentos pode contribuir para aumentar seu potencial de rentabilidade em determinados momentos econômicos. Assim, é possível preservar seu capital ao longo do tempo e ampliar as chances de atingir seus objetivos financeiros.

Neste artigo, você saberá quais são 4 setores presentes na B3 que podem ser interessantes em um contexto de inflação elevada.

Continue a leitura e confira!

O que é a inflação?

Esse é um dos indicadores mais relevantes do mercado financeiro e representa a variação de preços que ocorre ao longo do tempo.

Dessa forma, o avanço da inflação diminui o poder de compra do dinheiro e pode aumentar o nível de incerteza sobre a economia do país. Entre os fatores que podem influenciar esse índice, estão a oferta e demanda de produtos ou serviços e a necessidade de reajustar os preços no mercado.

Um exemplo é o aumento do preço do diesel, que tende a impactar o custo de outros produtos. Isso acontece porque muitos bens de consumo são distribuídos por meio de caminhões a diesel no Brasil, elevando os custos gerais de produção.

O Banco Central (Bacen) busca manter a inflação sob controle ao definir uma meta para o ano e ao interferir na economia conforme o necessário. Portanto, quem investe precisa acompanhar a taxa inflacionária e seus efeitos no mercado financeiro.

Como a inflação é calculada?

No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal indicador inflacionário. Ele é calculado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O cálculo do IPCA se baseia na média ponderada de uma cesta de produtos e serviços considerados relevantes para o consumo das famílias com até 40 salários mínimos de renda. Assim, quanto mais importante o item for para a vida das pessoas, maior será o seu peso no cálculo.

Entre as categorias de produtos e serviços observados, estão:

  • alimentação;
  • saúde;
  • transporte;
  • higiene pessoal;
  • vestuário;
  • habitação.

Como ela afeta a rotina e os investimentos?

No cotidiano das pessoas o principal efeito é a perda do poder de compra.

Com o aumento contínuo e generalizado nos preços, um montante financeiro já não é capaz de comprar os mesmos itens ao longo do tempo. Por isso, esse fator deve ser considerado no momento de montar seu orçamento.

Já nos investimentos, a inflação impacta a rentabilidade real. Afinal, o retorno efetivo de um investimento é dado pela rentabilidade nominal descontada a inflação. Se o resultado for positivo, significa que o patrimônio evoluiu.

Por outro lado, se a rentabilidade real for negativa, é sinal que não houve ganho verdadeiro no seu portfólio. Logo, a inflação elevada pode prejudicar o desempenho dos seus investimentos. Contudo, o mercado possui mecanismos para tentar barrar o avanço da inflação.

Nesse sentido, o índice de inflação está diretamente relacionado à taxa básica de juros (Selic), que é definida pelo Bacen por meio do Comitê de Política Monetária (Copom). A relação existe porque a Selic é um instrumento do Bacen para implementar a política monetária nacional.

Assim, se a inflação crescer acima do teto definido, a instituição costuma elevar a taxa Selic. Como o índice serve de referência para outros indicadores do mercado, os juros de diversas operações podem aumentar.

É o que ocorre com as operações de crédito. Logo, fica mais caro obter empréstimos e financiamentos. O objetivo do aumento da Selic nesse tipo de cenário é frear o consumo e reduzir a demanda e a circulação de papel-moeda na economia para desacelerar a subida de preços.

Como a inflação pode impactar os investimentos de renda variável?

Agora você sabe como a Selic e a inflação em alta se relacionam e impactam os investimentos. Contudo, vale a pena se aprofundar nos efeitos dessa configuração econômica na renda variável.

Nesse contexto, é bastante comum que a bolsa de valores passe por quedas ou apresente maior volatilidade. Entre os motivos para essa tendência, está a relação entre o aumento da Selic e a redução do consumo. Logo, muitas empresas produzem e vendem menos, desestimulando a atividade econômica.

A elevação da taxa básica de juros também encarece o crédito para os empreendimentos. Dessa forma, elas tendem a congelar projetos de expansão ou fortalecimento. Como consequência, o cenário pode limitar o potencial de valorização das ações listadas na bolsa de valores.

Além disso, a inflação pode impactar a gestão financeira das companhias. Se os preços sobem devido ao reajuste nos combustíveis, por exemplo, a lucratividade dos negócios pode diminuir.

Ainda, pode haver uma saída de investidores da bolsa de valores em direção à renda fixa. Isso acontece porque, mesmo que seja indiretamente, os investimentos dessa classe estão relacionados à Selic.

Dessa maneira, se a taxa básica de juros sobe, o retorno das aplicações de renda fixa aumenta. Como a lógica de rendimento dessa classe é conhecida previamente pelos investidores, é possível obter ganhos maiores com mais segurança — deixando a renda variável menos atrativa.

4 Setores na B3 para acompanhar com a inflação em alta

Como você viu, a alta da Selic pode trazer boas perspectivas na renda fixa. Contudo, também podem existir alternativas interessantes na renda variável — incluindo na bolsa de valores.

Para aproveitar as oportunidades que podem surgir, é importante conhecer o mercado e entender quais podem ser os 4 setores da B3 mais protegidos do avanço inflacionário.

Confira a seguir!

1. Utilidade pública

O setor de utilidade pública reúne empresas que fornecem serviços essenciais para a população. Por esse motivo, elas tendem a ser menos impactadas em momentos de inflação alta. Esse segmento é dividido em:

  • água e saneamento;
  • energia elétrica;
  • gás.

Nesse sentido, o subsetor de energia elétrica se destaca e existem diversas companhias relevantes inseridas nessa categoria. As empresas que atuam com geração e distribuição de eletricidade são consideradas bastante previsíveis, mesmo em momentos de instabilidade econômica.

Afinal, a demanda da população por esses serviços é constante e não está tão exposta a questões externas. Portanto, é comum que investidores busquem organizações desse segmento para aporte a longo prazo.

2. Consumo não cíclico

A bolsa de valores também conta com setores defensivos, que são conhecidos como não-cíclicos. Eles são compostos por empresas que não sofrem diretamente com as variações econômicas. Isso acontece porque os produtos e serviços que elas comercializam são considerados essenciais.

Entre eles, estão produtos de uso pessoal e de limpeza, alimentos processados e bebidas. Dessa forma, quando a bolsa está em baixa, as empresas do setor não-cíclico podem não apresentar as mesmas quedas de outros negócios.

Contudo, vale saber que mesmo quando a bolsa está em alta, os resultados dessas companhias podem não se elevar na mesma proporção. Ainda assim, a relativa previsibilidade torna a análise dos empreendimentos mais interessante, pois elas podem funcionar para a proteção de sua carteira de investimentos.

3. Financeiro

As empresas ligadas ao setor financeiro costumam ser lembradas pelos investidores. Afinal, muitas delas estão entre as maiores capitalizações da B3. Além disso, os bancos são diretamente beneficiados pela elevação da taxa Selic.

Isso acontece devido ao spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação e os juros cobrados nos empréstimos dos clientes. Com o aumento da taxa de juros, a diferença entre o que as instituições recebem e o que pagam tende a ficar maior.

Nesse sentido, as instituições financeiras podem ser interessantes para manejar os riscos do portfólio e tentar aproveitar maiores lucros. No entanto, apesar do contexto favorável, vale a pena ficar atento às análises para o futuro.

Como os resultados desse setor dependem de múltiplas variáveis, é preciso considerar diferentes cenários políticos e econômicos. Assim, no momento de estudar as ações do segmento financeiro, você deve fazer uma boa análise macroeconômica e do ambiente brasileiro.

4. Materiais básicos

O setor de materiais básicos é composto por companhias que fornecem matéria-prima para diversas áreas da economia. Nesse sentido, elas são bastante influentes no mercado — tanto nacional quanto mundial — e estão diretamente relacionadas com o dólar.

Muitas dessas empresas exploram reservas naturais de minérios e produzem ou comercializam itens como embalagens e produtos químicos. Por conta disso, uma parcela relevante da receita desses empreendimentos é proveniente das exportações.

Essa é uma característica que pode ajudar a proteger os negócios da inflação elevada e atrair mais investidores para suas ações.

No caso de a alta inflacionária ter efeitos mundiais, é importante considerar os planos de recuperação econômica de grandes economias. Em geral, esses projetos aumentam a compra de matérias-primas, como as commodities exportadas pelas empresas do setor de materiais básicos, o que pode favorecê-las.

No entanto, antes de tomar uma decisão de investimento, lembre-se de realizar uma análise fundamentalista completa e de identificar seu perfil e seus objetivos pessoais.

O que analisar ao escolher um setor para investir?

Se você ficou interessado em investir na bolsa de valores, é preciso saber como acompanhar os setores. Para isso, existem alguns fatores que podem ser considerados nas suas análises para definir em qual área e, posteriormente, em quais ações investir.

Saiba mais sobre eles!

Resiliência

Embora toda empresa possa passar por momentos de desvalorização e perdas, é fundamental que ela tenha capacidade de superar essas situações. Afinal, setores resilientes tendem a se restabelecer com mais rapidez de um cenário negativo.

Logo, é preciso analisar qual é a capacidade de recuperação de um segmento e o quanto ele pode resistir diante de condições adversas.

Histórico

Alguns setores da B3 têm histórico de maiores perdas, desvalorização e volatilidade diante de crises econômicas. Nesse caso, eles podem não ser os mais adequados para investir em momentos de inflação em alta.

Logo, vale analisar o histórico do setor antes de fazer seus investimentos. Todavia, cabe ressaltar que mesmo empresas com um passado positivo e boas perspectivas também estão sujeitas às crises e à volatilidade.

Ainda assim, considerar os acontecimentos passados ajuda a entender como setores e empresas tendem a reagir diante de situações adversas.

Estabilidade

Como cada setor exerce determinada influência na economia, aqueles com maior relevância tendem a ser mais valorizados. Por isso, se o seu objetivo for se proteger da inflação no longo prazo, é importante analisar segmentos e companhias perenes.

Isso aumenta as chances de as suas ações se valorizarem no longo prazo. Afinal, esses setores são formados por organizações que a sociedade precisa com mais frequência. Assim, elas podem crescer e oferecer bons potenciais de retorno com o passar do tempo.

Margens

Também vale analisar as margens do setor de interesse. A margem de lucro, por exemplo, relaciona as receitas da companhia com o montante remanescente após descontar custos e despesas com suas operações.

Outro exemplo é a margem operacional, usada para mensurar as receitas que vieram da atividade principal de uma empresa. É essencial que os indicadores sejam analisados em conjunto para trazer uma visão mais completa do negócio.

Como proteger seus investimentos da inflação?

Você já sabe que a inflação pode impactar seus investimentos e seu cotidiano. Ademais, você aprendeu que existem setores da bolsa que podem ser menos afetados — ou até se beneficiar da alta da taxa Selic.

Nesse cenário, é crucial buscar formas de proteger sua carteira de investimentos da desvalorização. Uma alternativa nesse sentido é buscar investimentos que superem a inflação, como os títulos públicos e privados da renda fixa.

Em geral, é possível encontrar alternativas com remuneração híbrida, a qual segue a variação do IPCA mais uma taxa prefixada. Assim, você pode garantir rentabilidade real acima do avanço dos preços no país.

No entanto, como você aprendeu, também vale considerar o investimento em renda variável. A classe apresenta mais riscos, de forma que os ganhos podem ser maiores. Logo, sua carteira pode superar a inflação mais facilmente — em especial, focando no longo prazo.

Ainda, é interessante diversificar os investimentos para mitigar os riscos do seu portfólio — inclusive o risco de perda referente ao poder de compra. Para tanto, você pode escolher investimentos de renda fixa e renda variável.

Ademais, é possível pensar no investimento em ações de setores variados. Dessa maneira, eles serão influenciados em níveis diferentes pela alta da inflação.

Além disso, ao evitar a concentração de dinheiro nos mesmos ativos, há como potencializar os ganhos. Dessa forma, você tem ainda mais chances de superar e proteger seus investimentos da perda do poder de compra.

Conhecer os impactos da inflação sobre os investimentos ajuda a fazer escolhas mais acertadas para a sua carteira. Por isso, acompanhar os 4 setores da B3 que podem se beneficiar ou se proteger desse movimento é fundamental para aproveitar as oportunidades da renda variável.

Quer entender melhor as características, configurações e possibilidades do mercado financeiro? Assine O Guia Financeiro VIP e desenvolva seus conhecimentos!

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