Mercados por TradingView
Ao falar do lucro de uma atividade, indo além da diferença entre receitas e despesas, estamos falando de mercado.
Quanto mais restrito for o mercado, o processo de interação humana de troca voluntária de bens e serviços, menor é a concorrência, o que resulta em maiores lucros.
Se um mercado é de difícil entrada, um número menor de pessoas e/ou empresas terão condições de ofertar os seus produtos e serviços, levando a uma situação de concentração. Esse tipo de efeito pode ser observado no chamado “mercado underground”, em que poucos agentes, atuando na margem da lei, passam a monopolizar a oferta de determinado produto ou serviço, conseguindo obter enormes lucros.
Isso é mostrado em “O Senhor das Armas” (do original “Lord of War”), filme em que um imigrante ucraniano, interpretado por Nicolas Cage, faz fortuna vendendo armas.
Lançado no ano de 2005 e dirigido por Andrew Niccol, “O Senhor das Armas” é um filme que nos transporta para o sombrio e lucrativo mundo do comércio ilícito de armas. Ao explorar esse tema, extremamente delicado, a obra oferece uma oportunidade para analisarmos as implicações econômicas por trás de atividades clandestinas.
A história nos apresenta Yuri Orlov (Nicolas Cage), um ambicioso traficante de armas que inicia sua jornada como um imigrante em busca do sonho americano, mas que acaba mergulhando no submundo do comércio de armas, onde descobre um negócio altamente rentável. O enredo revela os elevados lucros obtidos através do fornecimento de armas para grupos de guerrilheiros, governos corruptos e até mesmo terroristas.
Yuri alcança o “auge” da sua atividade, ao peso de um enorme custo, envolvendo a vida de milhares de pessoas e até mesmo a sua própria família.
O filme recebeu uma recepção positiva do público e da crítica, conseguindo arrecadar cerca de US$ 73 milhões em todo o mundo.
Embora não seja considerado um blockbuster de grande sucesso comercial, O Senhor das Armas teve um desempenho razoável nas bilheterias, principalmente quando se considera o seu orçamento relativamente modesto.
Se o filme não teve um sucesso tão grande comercialmente falando, o mesmo não se pode dizer das premiações e indicações, tendo recebido algumas indicações, além de ter ganhado prêmios em diversas categorias, destacando-se:
Em relação ao reconhecimento crítico, O Senhor das Armas recebeu muitas críticas positivas pela abordagem original do tema do comércio de armas, sendo elogiado por sua capacidade de entreter e levantar questões éticas relevantes.
Uma das principais lições econômicas que podemos extrair do filme é o resultado da restrição de mercado, além do poder da lei da oferta e demanda.
Yuri percebe que, independentemente da ideologia ou das circunstâncias políticas de um país, a demanda por armas sempre existiria e que poucas pessoas teriam condições de ofertar esse “serviço”.
Assim, conflitos armados, instabilidade política e questões de segurança impulsionam uma demanda constante por armamentos, possibilitando que alguns capitalizem essa demanda, com o fornecimento de armas de maneira eficiente e lucrativa.
O Senhor das Armas também ilustra a natureza globalizada do comércio ilícito de armas. Yuri aproveita as oportunidades oferecidas pela globalização, estabelecendo redes de fornecimento em diferentes partes do mundo. O filme mostra como as armas atravessam fronteiras, muitas vezes passando por um tortuoso caminho, contando com a presença de intermediários, antes de chegarem aos compradores finais.
O filme também nos oferece insights microeconômicos, nos fazendo refletir a respeito das consequências negativas desse tipo de comércio. Por exemplo, a proliferação de armas ilegais exerce aumento direto na violência, perpetuando conflitos e contribuindo para a instabilidade global.
Ao explorar temas como restrição de mercado, oferta e demanda, globalização e as consequências negativas da comercialização ilegal de armas, O Senhor das Armas nos convida a refletir sobre os aspectos econômicos e éticos envolvidos no mercado underground.
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