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Crises econômicas: como construir um portfólio de investimentos resiliente?

12 de abril de 2024
Escrito por Guide Investimentos
Tempo de leitura: 11 min
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As crises econômicas são momentos difíceis para os países, pois elas são marcadas por quedas acentuadas nos mercados, instabilidade financeira e incerteza. Nesses períodos desafiadores, os investidores enfrentam o dilema de proteger seu dinheiro e de evitar as perdas.

Ao mesmo tempo, eles procuram oportunidades para fazer o seu patrimônio crescer. É nesse contexto que construir um portfólio de investimentos resiliente se torna essencial para enfrentar as crises na economia, com tranquilidade financeira.

Quer saber como montar uma carteira resiliente? Continue a leitura e entenda como é possível ter um portfólio que resiste às dificuldades no contexto econômico!

O que é uma crise econômica?

A crise na economia é um período no qual as atividades econômicas de um ou mais países passam por um declínio. Ou seja, as indústrias, a agricultura, o varejo e as empresas de serviço passam a produzir menos.

Essa retração pode acontecer por diversos motivos, como pandemias, quebra no sistema financeiro, guerras e problemas geopolíticos. Nesses eventos, é comum haver o aumento generalizado e constante dos preços de bens e serviços, reduzindo o poder de compra da população.

Com isso, os cidadãos passam a comprar menos e as companhias precisam reduzir a sua produção. Com menor demanda, elas tendem a diminuir a sua mão de obra, dispensando funcionários e aumentando o nível de desemprego.

Além disso, a queda na produção reduz a necessidade de matérias-primas. Esse aspecto gera um efeito negativo em cascata em todos os agentes das etapas produtivas.

Quais foram as maiores crises globais?

Você viu que uma crise econômica pode ser desencadeada por uma variedade de fatores. Para ter maior compreensão desses aspectos, vale a pena conhecer os motivos das maiores crises globais.

A seguir, veja o que levou o mundo a enfrentar as crises!

Crise de 1929

Uma das crises econômicas mais famosas é a de 1929, que causou um impacto profundo nas bolsas de valores dos Estados Unidos (EUA). Ela foi motivada por uma combinação de fatores. Confira os principais:

  • superprodução norte-americana;
  • falta de regulação do mercado financeiro no país;
  • especulação financeira;
  • concessão de crédito sem garantia de retorno, inclusive para países europeus.

Com a economia norte-americana em crise, as nações da Europa, que estavam sendo reconstruídas após a Primeira Guerra Mundial com o financiamento dos EUA, entraram em colapso. Afinal, não havia mais recursos para continuar a reconstrução desses países.

Nessa época, o Brasil também sofreu impactos, especialmente na indústria cafeeira, pois os EUA eram um dos maiores importadores de café brasileiro. Com a crise, o país reduziu o consumo do produto, fazendo com que os produtores não tivessem para quem vender os grãos.

Crise de 2008

A crise de 2008 foi outra que iniciou no mercado norte-americano, dessa vez, no setor imobiliário. Alguns anos antes, as instituições financeiras do país passaram a ofertar financiamentos para a compra de imóveis, sem garantia.

Com isso, houve uma tomada de crédito excessiva, que resultou no aumento da inadimplência no país, gerando a falência de diversas instituições financeiras. Entre essas empresas, estava o banco de investimento Lehman Brothers — tradicionalmente, um dos mais sólidos dos EUA.

Como a economia norte-americana afeta praticamente todos os países, o mundo inteiro sentiu os efeitos da crise no período.

Crise de 2020

A crise de 2020 foi motivada pela pandemia de covid-19. Devido à gravidade da doença ocasionada pelo vírus e a necessidade de isolamento social, muitas empresas não tinham mais como manter suas atividades.

Nesse cenário, as companhias que não tiveram como se adaptar à nova condição foram à falência, gerando desemprego e instabilidade em todo o mundo. A crise sanitária ocorreu entre janeiro de 2020 e maio de 2023 — mas, em março de 2024, os efeitos dela eram sentidos em diversos países.

Como uma crise econômica pode afetar os investimentos?

Você aprendeu que as crises econômicas afetam diretamente a vida da população. Mas como elas impactam os investimentos? Durante o período em que a recessão se instala, o mercado financeiro tende a apresentar uma volatilidade maior.

Isso faz com que os preços dos ativos oscilem significativamente em curtos períodos, o que gera imprevisibilidade e um ambiente de insegurança. Ainda, as empresas tendem a enfrentar problemas com inadimplência, o que costuma reduzir a sua confiança no mercado.

Desse modo, as companhias que emitem ações ou títulos de dívida podem receber menos investimentos. Afinal, a tendência é os investidores deixarem de investir nelas com medo da perda de capital.

Outro ponto importante é que esse clima de insegurança costuma fazer com que investidores vendam seus papéis em um efeito manada. Comumente, o movimento gera a queda no preço desses investimentos.

O que é possível aprender com as crises?

Como você viu, as crises econômicas podem começar em qualquer país e afetar outras nações, principalmente quando elas ocorrem em grandes potências mundiais. Dessa maneira, uma das lições que você pode aprender com esses períodos se relaciona à necessidade de se preparar financeiramente para enfrentar os desafios.

Para tanto, uma prática eficiente é a formação de uma reserva de emergência. Ela consiste em um montante utilizado para cobrir as despesas imprevistas, como uma urgência médica ou a perda do emprego.

De modo geral, é recomendado que essa quantia seja de, pelo menos, 6 meses do custo de vida da família. No entanto, há pessoas que preferem ter um valor maior nessa reserva para ter mais segurança financeira.

Vale lembrar que o montante pode ser investido para render enquanto ele não é utilizado. Mas o investimento deve ter liquidez diária e maior nível de segurança. Por essas características, Tesouro Selic ou o certificado de depósito bancário (CDB) de liquidez diária costumam atender à necessidade, sem correr riscos elevados de perder dinheiro.

Por que é importante ter uma carteira resistente a crises?

Além de uma reserva de emergência, é preciso ter uma carteira resistente a crises econômicas. Tenha em mente que esses fenômenos da economia podem causar turbulências significativas nos mercados financeiros, levando a quedas nos preços de ativos e volatilidade extrema.

Nesse contexto, uma carteira resistente ajuda os investidores a mitigar os impactos negativos desses eventos econômicos adversos. Ademais, ela contribui para manter uma estabilidade financeira relativa durante períodos de incerteza.

Logo, ter um portfólio resiliente pode fornecer uma camada adicional de segurança financeira. Isso significa ter uma carteira diversificada, com uma alocação de ativos equilibrada, que seja capaz de resistir a diferentes tipos de crises econômicas e choques de mercado.

Como construir uma carteira resiliente?

Você viu a importância de ter uma carteira resistente a crises econômicas. Agora, é o momento de entender como construir um portfólio que sofra menos impactos nos períodos de recessão e, até mesmo, ajude a proteger o patrimônio.

A seguir, veja dicas de como montar uma carteira resiliente!

Diversificar os investimentos

Para começar, pode ser interessante adotar a diversificação de investimentos, que é uma estratégia na qual a alocação é realizada observando a exposição da carteira a diferentes tipos de riscos. Nesse caso, os ativos não devem ser concentrados, mas distribuídos de forma estratégica.

O conceito parte do princípio da metáfora de não colocar todos os ovos na mesma cesta. Dessa forma, caso uma cesta caia e quebre os ovos, ainda haverá outras intactas — e você não perderá todos os alimentos.

Para diversificar o portfólio, o capital costuma ser alocado em diversas alternativas de classes, regiões geográficas, moedas e setores diferentes. Por exemplo, entre as ações da carteira, é possível optar por papéis de companhias de setores distintos.

Então, com a diversificação, é possível minimizar os efeitos de crises que afetam mais determinados mercados. Para atingir esse objetivo, observe os riscos e condições aos quais as alternativas estão expostas na hora de escolher os investimentos, diversificando-os.

Nesse contexto, a diversificação também contribui para o equilíbrio da carteira, pois os eventuais ganhos de um investimento podem cobrir os possíveis prejuízos de outros. Com a medida, você tem chance de minimizar o efeito das perdas do portfólio no longo prazo.

Outro motivo para aderir à diversificação da carteira é o aumento do potencial de rendimentos. Quando você investe em uma única alternativa, fica dependente apenas de uma condição para ter lucros. Já ao diversificar, é possível buscar investimentos que podem gerar maiores ganhos.

Como resultado, você pode equilibrar o seu portfólio entre alternativas com maior segurança e outras com maior potencial de rendimentos. No entanto, é importante prestar atenção para alinhar as proporções das alocações ao seu perfil de investidor e objetivos financeiros.

Rebalancear a carteira

O rebalanceamento da carteira consiste em ajustar a alocação de ativos para restaurar a proporção originalmente planejada. Dessa maneira, ele garante que o portfólio permaneça alinhado com os objetivos de investimento e tolerância ao risco do investidor.

A prática é importante porque o desempenho dos investimentos pode variar ao longo do tempo, alterando a proporção inicialmente estabelecida. Por exemplo, imagine que você prefira correr menos riscos, mas que as ações do seu portfólio tiveram uma performance superior em relação aos títulos de renda fixa, menos arriscados

Nesse cenário, a proporção de ativos da carteira pode se desviar do equilíbrio desejado, ficando mais exposta ao risco do mercado de ações. Logo, rebalancear o portfólio permite corrigir essa divergência.

Além disso, em períodos de crises econômicas, a maior volatilidade dos mercados tende a desequilibrar os resultados do portfólio. Ao fazer o rebalanceamento, o investidor tem a chance de reduzir o risco e proteger o capital contra possíveis perdas.

Manter visão de longo prazo

Uma visão de longo prazo permite aos investidores resistir às oscilações de curto prazo do mercado. Ao evitar reações impulsivas a essas flutuações, é possível manter o foco em seus objetivos financeiros, em vez de se deixar influenciar por movimentos momentâneos da economia.

Ainda, o tempo é um aliado poderoso para os investidores, especialmente quando se trata do fenômeno do crescimento composto. Aqui, os retornos gerados sobre os investimentos são reinvestidos para buscar ganhos adicionais, acelerando a formação do patrimônio.

Também é importante ter em mente que a economia é cíclica, tendo diversas fases — sendo a crise uma delas. Então, após a recessão, é comum haver o período de recuperação econômica.

Portanto, os investidores que adotam uma perspectiva de longo prazo podem manter a calma durante períodos de volatilidade. Afinal, eles têm confiança na tendência de recuperação dos mercados.

Ademais, o longo prazo pode ajudar a reduzir custos e impostos associados à atividade de negociação frequente. Isso porque existem alternativas expostas a tributações que diminuem o percentual da alíquota conforme o tempo de investimento.

Estudar o mercado

Estudar o mercado proporciona uma compreensão mais profunda das tendências nos diferentes setores da economia. Isso inclui análises detalhadas do desempenho passado, previsões, mudanças regulatórias, entre outros fatores que influenciam os investimentos.

Esse entendimento permite aos investidores antecipar e se adaptar às mudanças do mercado, identificando oportunidades e possíveis ameaças. Como resultado, há maiores chances de se preparar para os eventos que possam ocorrer.

Mais um ponto é que o estudo do mercado ajuda a compreender os diferentes tipos de riscos, como aqueles específicos do setor, macroeconômicos e regulatórios. A prática permite tomar decisões informadas e implementar estratégias de gerenciamento mais eficazes.

Ter inteligência emocional

A inteligência emocional envolve a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar as próprias emoções, assim como os sentimentos dos outros. No contexto dos investimentos, ela permite que os investidores tomem decisões de forma mais racional e fundamentada.

Consequentemente, o indivíduo evita ser influenciado por emoções como o medo, a ganância ou o otimismo excessivo. Isso ajuda a avaliar melhor as informações disponíveis e a tomar decisões mais objetivas e prudentes.

Ademais, em situações de volatilidade e incerteza, manter a calma e a clareza mental é essencial para evitar decisões impulsivas que possam prejudicar os investimentos. O controle emocional também é importante para lidar com perdas, fazendo com que os investidores aprendam e se recuperem de contratempos.

Por fim, a inteligência emocional é essencial para se adaptar a mudanças no mercado. Esse ambiente está sujeito a transformações e imprevistos, e os investidores precisam ser ágeis e flexíveis para se ajustarem a eles.

Você aprendeu como construir uma carteira resiliente às crises econômicas. Agora, vale a pena utilizar esses conhecimentos na hora de elaborar ou revisar sua estratégia de investimentos e mitigar os riscos do seu portfólio.

Percebeu como a diversificação de investimentos é uma das ferramentas usadas para a construção de uma carteira resiliente? Então aproveite e conheça 5 pontos importantes sobre essa estratégia!

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