Mercados por TradingView
Acompanhamento Semanal – 25 de Março de 2024
O acompanhamento semanal de 18/03/2024 a 22/03/2024 reúne os principais dados dos Fundos Imobiliários e atualizações macro sobre os setores. O IFIX apresentou o retorno de +0,56% no período citado acima. O índice de FIIs e a taxa Selic historicamente apresentam correlação negativa, com as expectativas e início dos cortes de juros, fundos imobiliários ganham mais atratividade (principalmente fundos de tijolos, que são mais sensíveis aos movimentos da Selic).
O fundo imobiliário XPLG11 ampliou contrato com inquilino no Rio de Janeiro, elevando ocupação para 93% até 2029. A vacância caiu para 1,9%, o menor desde 2019. Projetado faturamento bruto de R$ 0,0315 por cota nos primeiros 2 anos e R$ 0,0027 a partir do 25º mês. O fundo alerta que valores de locação não garantem rentabilidade e reserva até 5,0% dos lucros auferidos.
O FII – VBI Logístico (LVBI11) recebeu notificação da locatária Dia Brasil Sociedade Limitada sobre a rescisão antecipada do contrato de locação do imóvel “Mauá”. Três parcelas do preço de aquisição do imóvel permanecem pendentes. A falta de pagamento do aluguel de fevereiro de 2024 impacta negativamente a receita do fundo em cerca de 7% ou aproximadamente R$ 0,07 por cota na distribuição de rendimentos. Medidas cabíveis serão tomadas pela administradora e gestora do fundo em resposta à rescisão e inadimplência.
O FII XP Malls (XPML11) aprovou sua décima primeira emissão de cotas, visando captar R$ 1,6 bilhão – a maior oferta do mercado em 2024. Com cada nova cota a R$ 112 e uma taxa de distribuição de R$ 3,97, o preço total de subscrição é de R$ 115,97. Os cotistas que mantiverem posição até 22 de março terão direito de preferência na oferta, válida de 26 de março a 8 de abril de 2024. Os recursos obtidos serão destinados ao acordo de aquisição com a SYN Prop e Tech (SYNE3) para participação em seis shoppings.
O BRCR11 convocou uma AGE para aprovar a amortização parcial com entrega de ativos do CNES11, buscando otimizar análise, reposicionar a carteira e garantir liquidez. A segregação dos ativos permitirá uma análise mais precisa, enquanto o portfólio do BRCR11 será consolidado em ativos de alta qualidade e baixa vacância. A amortização visa gerar liquidez para os cotistas do CNES11 e explorar o potencial construtivo do Complexo, além de aumentar a rentabilidade por meio de locação.
O BRCO11 registrou lucro de caixa de R$ 12,481 milhões em fevereiro, com dividendos de R$ 12,858 milhões mantidos, equivalente a R$ 0,87 por cota. Os dividendos representaram um retorno anualizado de 8,5% sobre a cotação de mercado. A rentabilidade mensal do fundo foi de 0,2%, abaixo do IFIX (+0,8%). O faturamento totalizou R$ 14,622 milhões, com despesas de R$ 2,141 milhões, e a vacância física nos empreendimentos é de 10%.
O fundo imobiliário JSAF11 aprovou sua 3ª emissão de cotas, inicialmente no valor de R$ 400 milhões, com preço unitário de R$ 98,16 e preço total de R$ 101,64 após a taxa de distribuição. Há possibilidade de aumento para até R$ 500 milhões, correspondendo a até 1.018.745 novas cotas. A oferta será aberta aos investidores em geral, com direito de preferência para os cotistas em dia com suas obrigações. Os recursos serão destinados à aquisição de ativos-alvos, com seleção conforme surgirem oportunidades de investimento, sem garantia de destinação específica.
À luz das condições de janeiro de 2024, a perspectiva para os fundos imobiliários de recebíveis permanece promissora, especialmente para aqueles com foco em ativos de alta qualidade e risco moderado. Embora a elevação recente do IPCA possa temporariamente afetar o rendimento de fundos atrelados a este índice, esta situação pode oferecer oportunidades de investimento atraentes. Investidores devem considerar fundos com uma sólida qualidade de crédito e projeções de yield compensadoras, mantendo atenção especial em fundos que ofereçam retornos ajustados pela inflação. Recomenda-se avaliar fundos com desempenho consistente e estratégias de gestão prudentes neste cenário econômico. Nosso Top Pick para o setor é RBRY11 e o CVBI11.
Na conjuntura de janeiro de 2024, os Fundos de Fundos (FOFs) apresentam uma dinâmica interessante. Eles estão mostrando um potencial de valorização, principalmente com a expectativa de redução das taxas de juros. Com a melhoria no desempenho do IFIX, antecipa-se um aumento nos ganhos de capital para os FOFs. Isso pode resultar em um incremento nos rendimentos distribuídos, tornando-os mais atrativos para os investidores. Os fundos com maior liquidez são os mais propensos a se beneficiar rapidamente dessa tendência, dada a sua capacidade de capitalizar em mudanças de mercado. Nossos Top Picks para o setor são: HGFF11 e BCIA11.
Caracterizado por um desconto expressivo em relação ao valor patrimonial, o setor também sofre com elevadas taxas de vacância e alta alavancagem. Esses fatores contribuem para um risco adicional no curto e médio prazo, especialmente considerando a necessidade de pagamento de amortizações e a limitada disponibilidade financeira. Esse panorama sugere um ambiente de cautela para investidores e gestores de fundos imobiliários focados em lajes corporativas. Nossos Top Picks para o setor são fundos que possuem participação em ativos de alta qualidade e localizações primárias, como Vila Olímpia, Itaim e Faria Lima e nula ou baixa alavancagem: PVBI11 e HGPO11.
Em 2024, o setor de shoppings mostra sinais de recuperação, impulsionado pelo aumento do consumo das famílias. Esse crescimento no consumo reflete positivamente no segmento, sugerindo um impacto favorável nos rendimentos distribuídos aos cotistas. Existe uma expectativa de elevação na receita operacional líquida (NOI) para os próximos 12 meses, indicando um cenário promissor para os fundos imobiliários focados em shoppings, tanto em termos de valorização quanto de geração de renda para os investidores. Nossos Top Picks para o setor são: HGBS11 e XPML11.
Em 2024, o setor de galpões industriais mantém-se em foco, com um acompanhamento atento da relação entre demanda e oferta de novos galpões disponíveis para locação. Uma observação relevante é que, no curto prazo, não se vislumbra uma situação de sobreoferta nesse segmento. A expectativa é de um aumento nos valores dos aluguéis praticados, especialmente para galpões bem localizados e dentro do raio de 30 quilômetros, conhecido como a “última milha” de entrega. Esse cenário indica uma oportunidade para investidores e gestores de fundos imobiliários de galpões, com perspectivas de valorização e potencial de renda sólida ao longo do ano. Nossos Top Picks para o setor são: BTLG11 e BRCO11.
Acreditamos que neste ano de 2024 os fundos imobiliários continuarão a atrair cotistas em busca de uma renda passível sem muita volatilidade, e com o viés de diversificação de portfólio. Os setores mais indicados para o ano são: Logística, Lajes Corporativas, Shoppings e Varejo.
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